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RELEASE PARA IMPRENSA

MOVIMENTOS DO INVISÍVEL 

um filme de Flávia Guayer e Leticia Monte 

ANGEL VIANNA,  O CORPO COMO OBRA 

Angel Vianna, referência absoluta no meio das artes e das terapias corporais, vive no presente e não gosta de deixar nada para o amanhã. Mestra de milhares de pessoas que passaram por suas escolas e faculdade em mais de meio século de prática, sua obra se manifesta nos corpos que encontrou neste percurso. E cada um deles carrega em si os ensinamentos desta que fez com que descobrissem o próprio corpo, percebendo suas possibilidades e tomando, assim, posse dele. "Por que fiquei tão encantada com o corpo?", pergunta Angel, retoricamente, para em seguida responder: "Porque é meu instrumento de viver". 

Angel influenciou o pensamento sobre o corpo tanto no universo das artes cênicas como num espectro mais amplo da sociedade: atores, músicos, coreógrafos e bailarinos estudaram com ela, assim como profissionais das mais diversas áreas. Entretanto, apesar de ser referência da dança contemporânea, muitos ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o universo desta adorável mineira diversas vezes premiada, que recebeu duas vezes a Comenda da Ordem ao Mérito Cultural e recentemente o Título de Cidadã Honorária carioca.

O filme Movimentos do Invisível, primeiro longa das cineastas Flávia Guayer e Leticia Monte, participou da Première Brasil do Festival do Rio 2019 e estreia no canal Curta! em 18 de agosto. 

O fio condutor do filme são as Aulas do Papel que fizeram parte da programação de dois festivais de artes cênicas cariocas: o Panorama e o Tempo Festival - Dança Gamboa. A aula foi nomeada assim por Angel porque é a partir de uma folha de papel, manuseada por cada um dos participantes, que ela se desenvolve, dos pequenos e quase silenciosos movimentos às múltiplas possibilidades de dobraduras e interações entre corpos e espaço. Numa síntese do seu trabalho realizado com objetos, a metáfora da folha é preciosa e precisa. Assim como ela, o corpo é uma página em branco a ser escrita. Cabe a cada um descobrir como, guiado pela mestra. Angel busca transmitir seus ensinamentos para o maior número de pessoas, com a urgência de quem sabe que o seu trabalho impacta e modifica vidas, e ao mesmo tempo o faz com delicadeza e calma. Como quando ela orienta os alunos a caminhar pelo espaço com atenção ao sentido visual, ao olhar, e alerta: "Se você se afobar, você vai se perder". Qualquer paralelo com a vida não terá sido coincidência. 

"O trabalho da Angel resulta do contato direto com as pessoas, de sua capacidade de levá-las a uma maior consciência de seus corpos e vidas. Nosso desafio era encontrar uma forma de mostrar como esse processo experimental e impalpável acontece." conta Flávia. 


As filmagens de Movimentos do Invisível aconteceram entre 2016 e 2018. Ao longo de seus 75 minutos, o filme vai tecendo suas memórias e visões, com imagens e narrativas que a distância e maturidade fazem fluir, num entrelaçar com o presente. O resultado é uma narrativa atemporal e que se abre ao sensorial.

“O filme tem como eixo narrativo a Aula do Papel, e acrescentamos as entrevistas e imagens de seu arquivo pessoal e de acervos públicos, processo que traz novas leituras com a distância do tempo, e nos mostra a relação entre sua vida e obra. Angel tem uma forma particular de se expressar e buscamos dialogar na montagem com o fluxo de seu pensamento.’ afirma Leticia.

Imagens que permitem observar, por exemplo, a jovem Angel em fotografias de espetáculos do Ballet Klauss Vianna, que fundou com seu marido Klauss no anos 1950. E de alunos dançando em sua primeira escola, também batizada de Escola Klauss Vianna. Na Belo Horizonte conservadora e patriarcal, apesar dela ter sido a idealizadora e financiadora dos projetos, sua participação e colaboração nunca teve o merecido reconhecimento. E para a qual ela, apesar de ser uma mulher `a frente de seu tempo, não conseguiu responder com voz própria, como o fez depois na ocasião da abertura de sua escola no Rio de Janeiro, hoje Faculdade Angel Vianna. “Era aquela coisa…o homem…o homem…eu achava que eram inteligentérrimos, como por exemplo o Klauss. Hoje eu respondo por mim”, conta Angel.

O livro de Caio Fernando Abreu com a crônica poética O mergulho do Príncipe Bailarino, encontrado num armário de guardados, que é uma abertura para falar da perda do único filho, o bailarino e coreógrafo Rainer Vianna, morto em 1995, aos  37 anos. Ela conta: "Já me perguntaram uma vez como eu tinha conseguido aceitar toda aquela confusão na época em que o Rainer se foi. Quando você realmente consegue dominar tudo o que tem dentro deste corpo, você percebe o que é que o teu corpo está falando com você. O corpo é tão fantástico que você sabe a hora exata de parar. Ou de começar. O corpo fala. O corpo sente. O corpo percebe. O corpo tem todo o movimento de aqui, agora."

Além dos registros da Aula do Papel, foram realizadas filmagens com Angel em sua casa no Rio de Janeiro e num sítio que remete `a sua infância em Minas Gerais. 
Em sua casa Angel mostra desenhos dos tempos de estudo com Guignard na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, e conta sobre sua formação artística nas artes plásticas, na música e finalmente na dança. “A dança foi forte. Quando você percebe que encontrou um caminho, é o seu caminho. Olha, a coisa mais importante na vida de uma pessoa é o trabalho que você escolheu. Eu trabalho e gosto.” afirma Angel.

Numa outra sequência de cenas, filmadas no sítio, ela dança e faz dançar os galhos de um pé de tangerina, se maravilha com o movimento das árvores, da natureza, de bois que estancam o passo repentinamente como se observassem algo que escapa aos humanos.  Mas a parada momentânea não escapa a ela, que está atenta a tudo o que é movimento. Como o do fogo, à frente do qual ela dança. Ou o da lua, que as diretoras fazem dançar cinematograficamente. 


Angel é fascinada pela arquitetura do corpo, interessada nas pessoas, e isso se revela a cada momento do filme. Movimentos do Invisível é um filme sobre uma mestra que faz do exercício da presença sua vida e obra.


SOBRE AS DIRETORAS
Leticia Monte é diretora e produtora. Sócia da Espiral, coordena o núcleo de produção de filmes documentários e de ficção e desenvolve projetos com foco de interesse na cultura contemporânea e na pesquisa de linguagens artísticas híbridas.

Produtora associada dos premiados documentários A Música segundo Tom Jobim (Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim, 2012) e Mistério do Samba (de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor, 2008). Pela Espiral produziu os documentários Favela é Moda (de Emilo Domingos, 2019) melhor Documentário pelo voto popular do 21º Festival Internacional do Rio, Gilberto Gil Antologia Vol.1 (de Lula Buarque de Hollanda, 2019), Uma garota chamada Marina (Candé Salles, 2019, O Muro (de Lula Buarque de Hollanda, 2016).

Codirigiu com Cristina Fores o espetáculo-instalação Êxtase Anotado (2017). Movimentos do Invisível é sua primeira direção documental.


Flavia Guayer é diretora, roteirista e produtora. Coproduziu e dirigiu espetáculos no Brasil e Europa, dentre eles Danses du Quotidien, documentado pela ARTE Belgique. Movimentos do Invisível é sua primeira direção documental. É sócia-diretora da Fonte Filmes e atualmente produz e dirige a série transmídia sobre literatura brasileira Palavra Alada, que traz no elenco Antônio Carlos Secchin e Drica Moraes.

SOBRE A PRODUÇÃO

Financiado pelo Fundo Setorial do Audiovisual (PRODAV 02/2013), o longa-metragem é uma realização da Espiral, e uma produção inédita para o Canal Curta!.

SOBRE A ESPIRAL

A Espiral é  uma produtora independente baseada no Rio de Janeiro que desenvolve, produz e distribui conteúdo audiovisual, de música e de arte contemporânea. Realiza filmes de ficção e documentários, séries, festivais e instalações com especial interesse e foco na cultura contemporânea, nas artes e na tecnologia e seus impactos na sociedade. Dentre suas recentes produções destacam-se os longa metragens Favela É Moda (2020), vencedor do prêmio de Melhor Documentário pelo voto popular e Menção honrosa do Juri no Festival do Rio 2019, Gilberto Gil Antologia Vol.1 (2019), Uma Garota Chamada Marina (2019), Movimentos do Invisível (2020), O Muro (2016), O Vendedor de Passados (2014), o festival Visualismo Arte,Tecnologia e Cidade (2015).

SOBRE O CURTA!

O canal Curta! é um dos novos canais brasileiros da TV paga que mais aprovou projetos para financiamento pelo Fundo Setorial do audiovisual. Até agora foram financiados, para estreia no CURTA!, mais de 120 longas documentais e 800 episódios de 60 séries, atendendo à grade temática do canal: música, artes cênicas, metacinema, pensamento em humanidades, história política e sociedade. O Curta! pode ser visto nos canais 56 e 556 da NET e da Claro TV, no canal 75 da Oi TV e no canal 664 da Vivo, oferecido à la carte pela operadora. Siga o Curta! nas redes sociais: www.facebook.com/CanalCurta, https://twitter.com/canalcurta e www.youtube.com/user/canalcurta. Saiba mais em http://www.canalcurta.tv.br.

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